Passeio Público de Curitiba - Em Montagem

Ontem - 1886
Fotografia da época da primeira inauguração do Passeio Público, em 02 de maio de 1886.
Coleção Julia Wanderley. Acervo: Instituto Histórico e Geográfico do Paraná / Diretoria de Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural / Fundação Cultural de Curitiba. 

- Em destaque, o Boulevar 2 de Julho (atual Avenida João Gualberto) e a entrada principal do parque.

Foto mostra o Passeio Público após a segunda inauguração, em 8 de agosto de 1886. 
Coleção Julia Wanderley. Acervo: Instituto Histórico e Geográfico do Paraná / Diretoria de Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural / Fundação Cultural de Curitiba.

- O destaque é dado à entrada principal, marcada por dois pilares, localizada no Boulevar 2 de Julho (atual Avenida João Gualberto). 

- Logo em seguida, a ponte sobre o canal do Rio Belém. À esquerda, a casa do zelador.

Hoje - Século XXI

2010 
Passeio Público
Cidade de Curitiba
Paraná – Brasil

Ao final do século XIX, durante o Império, encontramos na Província do Paraná uma pacata Curitiba, de indústria acanhada, cujo principal produto era a erva-mate, levada em carroções para o porto de Paranaguá e para outros países da América Latina.

Entre 1885 e 1886, a cidade possuía uma população de 15.000 habitantes, 1.286 prédios urbanos e 15 engenhos, destes oito a vapor e sete hidráulicos.

Ainda encontramos pela cidade ruas estreitas e enlameadas, um abastecimento de água potável precário, levando a população a recorrer a quatro fontes, nas quais a água era pura e cristalina, havendo, em cada uma delas, uma bica baixa.

Os rios não estavam poluídos por detritos industriais. O maior problema enfrentado pela cidade eram os esgotos, os alagamentos e os pântanos, decorrentes da geografia e topografia de Curitiba.

As águas estagnadas eram objeto de combate, pois se imaginava, nessa época, que as doenças se formavam nos locais pestilentos e eram transmitidas através do ar.

Curitiba só teve água encanada no século XX, quando os canos de ferro produzidos pelas grandes cidades industriais permitiram maior acessibilidade à água e a depósito de esgotos. Dessa forma, diferentemente de grandes cidades industriais europeias a época, ainda não se presenciavam, na Curitiba do final do século, máquinas e multidões.

Apesar de suas características, Curitiba era, desde 1856, a capital da Província do Paraná. Por isso, havia uma preocupação por parte dos governantes em atribuir um status de capital à cidade.

A implantação de um Jardim Botânico (Passeio Público) não pode ser entendida sem se abordar as transformações urbanas ocorridas na Europa.

No século XIX, as cidades passam a ser analisadas em discursos de médicos, de engenheiros, de políticos e de outros preocupados com a recente descoberta do meio urbano como um novo problema. Cidades europeias como Londres ou Paris, ao receberem um grande fluxo de massas migratórias devido à Revolução Industrial e às transformações tecnológicas, tiveram sua configuração urbana mudada. Aglomerações, vielas sinuosas e escuras e o acúmulo da pobreza precisavam passar por reformas, pois é uma época em que se começava a reavaliar a importância da higiene pública.

Curitiba, embora ainda não fosse atingida por esses tipos de miséria, tratou de seguir o exemplo para evitar que o mesmo acontecesse. Para tanto, foram definidos novos arruamentos, hospitais, matadouros, bem como desenhos de praças e manutenção de áreas verdes.

Começou-se, então, a legislar com o amparo de técnicos, transformando o aformoseamento e a geometria em expressões muito utilizadas, bem como a estética da cidade. A técnica era, portanto, o que solucionaria os males ao atingir a salubridade.

CRONOLOGIA DO PARQUE 

Império

Século XIX

A criação de um Jardim Botânico ou Passeio Público data de 1857, cuja proposta pauta-se na construção de um Horto Municipal, pertence ao projeto de elevação do status da capital.

Em 1858, começou a história do Passeio Público.

Apenas no ano seguinte, o dessecamento de pântanos e águas estagnadas ao redor do Centro constituiu-se em uma preocupação oficialmente registrada, verificada no ofício encaminhado pelo Dr. Muricy à presidência da Província Alfredo d’Escragnolle Taunay, alertando sobre o perigo da epidemia de colera morbus causada pelas águas estagnadas, podendo se tornar uma epidemia.

Embora se tenha proibido o despejo de esgotos nos pântanos, os banhados e o lamaçal continuavam a ser o flagelo que preocupava a administração pública, a qual acaba por contratar engenheiros para examinar as condições do terreno da capital e as necessidades de saneamento.

Ao diagnosticar a causa da umidade da capital proveniente da natureza pouco permeável do subsolo e da declividade quase nula dos talvegues dos rios Ivo e Belém, vários trabalhos de canalização são feitos dentro da cidade, porém insuficientes para resolver o problema das regiões pantanosas de Curitiba.

Sob o título de “Higiene Pública”, o Jornal Dezenove de Dezembro comenta as condições da cidade em 1885, enfatizando as características do Rio Belém:

“Desde a ponte situada no Bourlevard 2 de julho, até o tanque do Sr. Bittencourt, o Rio Belém é muito estreito e sinuoso, de modo que permanentemente alaga aos terrenos que estão situados em suas margens numa grande extensão, do que resulta ficarem convertidas em brejos de águas estagnadas, que com resíduos vegetais que ali se acumulam, e, a favor dos fortes calores do verão, converteram-se em focos de febres malignas, paludosas e intermitentes, ponde em verdadeiro risco as boas condições higiênicas que deve ter a cidade”.

Além disso, o jornal atenta para a necessidade urgente de realizar obras de saneamento, atribuindo a essa parte central da cidade um perigo que ameaça a saúde pública.

A Área do Parque
Na época, o que se tornou um parque, era um grande terreno que a população conhecia como Banhado Bittencourt.

No terreno alagado em várzea do Rio Belém – com uma parte pertencente ao município, outra parte desapropriada de uma viúva de sobrenome Hauer e uma terceira de uma negra que foi escrava de Nhá Laura Borges, chácara também conhecida como “Chácara da Glória”, construída no alto de uma colina da qual se dominava a vista do então longínquo centro da cidade, local onde hoje está o Colégio Estadual do Paraná. Isolada no bosque, a chácara possuía um imenso casarão colonial e seus terrenos acabavam à margem do Tanque do Bittencourt.

Havia um engenho hidráulico e a residência de Caetano Munhoz, situados no bairro Alto da Glória.

O engenho hidráulico e a residência de Caetano Munhoz foram arrasados por um incêndio, acabando por abalar a fortuna de Munhoz.

A empresa Silva e Irmãos adquire a propriedade, reconstruindo o engenho de erva mate e vendendo sua produção à empresa comercial uruguaia pertencente a Francisco Fasce Fontana.

Surge Fontana
Porém, a ervateira estava com muitas dívidas, as quais foram cobradas pessoalmente por Francisco Fontana que passa a se tornar sócio da então Silva, Irmãos e Fontana.

Além de adquirir o engenho, Francisco Fontana fica noivo de Maria Dolores de Leão, filha do Desembargador Ermelino de Leão. Ao iniciar a modernização de sua fábrica para a força hidráulica, Fontana fez centenas de tapumes encobrindo toda a propriedade.

O noivado foi, inclusive, motivo de chacota na imprensa, pois se acreditava que o noivo não havia feito os preparativos para o casamento.

Nas vésperas do casamento, Fontana mandou derrubar os tapumes da reforma de sua fábrica e a velha chácara apareceu transformada em excelente vivenda, cercada de verde, cortada por canais navegáveis por pequenas canoas.

O banhado que dominava a maior parte do terreno foi transformado num dos mais belos jardins de Curitiba da época.

Embora o portal da nova construção tivesse causado grande impressão, maior ainda foi o impacto de todos ao se depararem com as obras de saneamento realizadas no terreno. O rio teve seu curso alterado, o terreno foi saneado e preparava-se o local do futuro jardim, que mais tarde ganharia fama em Curitiba.

Nota:
- A residência de Francisco Fontana viria a ser conhecida como "Mansão das Rosas", demolida em 1974. Algumas fotos registram membros das famílias Leão e Fontana passeando de barco no trecho do Rio Belém que corria nos fundos do jardim.

A Ideia do Visconde
O então Presidente da Província, Visconde Alfredo Taunay, ao presenciar o casamento de Francisco Fontana, verificou o contraste entre o enorme terreno da mansão de Fontana com a retificação do Rio Belém e as outras áreas próximas, como a região pantanosa conhecida como o Banhado do Bittencourt.

O presidente viu no ervateiro um ótimo diretor de obras para o projeto que começava a conceber para solucionar o problema da região.

Francisco Fontana aceitou a tarefa sabendo que o empreendimento traria benefícios para toda aquela região (que à época já era conhecida como Glória, em função do Engenho da Glória, de sua propriedade).

Em janeiro de 1886, com o projeto do Passeio Público, apresentado à Câmara Municipal pelo presidente da Província, poder-se-ia alterar o problema das regiões pantanosas de Curitiba.

Tratava-se de um projeto para a construção de um logradouro público, a fim de urbanizar e sanear um espaço crítico da cidade, alvo de tantas referências à incompetência da Câmara e do poder público.

Ademais, traria um embelezamento à cidade.

- O Passeio Público de Curitiba foi uma iniciativa para a instalação, do Presidente da Província (Governador), Alfredo d'Escragnolle Taunay, para resolver os problemas de drenagem de um terreno local, que era um banhado.

- Foi a primeira grande obra de saneamento da cidade, transformando um charco num espaço de lazer, com lagos, pontes e ilhas em meio ao verde.

Francisco Fontana descreve os terrenos em que foi implantado o Passeio Público como:

“Um lugar antes ocupado por um enorme pântano que era o justo terror da população, que via nele o foco e origem de inúmeras enfermidades malignas”.

Três quartos dos terrenos eram de propriedade municipal, atravessados por um número considerável de canais do rio Belém em todos os sentidos, formando uma extensão fluvial superior a dois quilômetros.

O antigo tanque do Bittencourt foi limpo e tanto ele como o Rio Belém foram tornados navegáveis em mais de 600 metros de canais, “fazendo-se uso de comportas que permitem renovar as águas constantemente”.

A ideia era sanear e embelezar uma área alagadiça nas proximidades do Atalho da Graciosa para evitar a proliferação de agentes vetores de doenças.

A Obra
A obra (inicial) foi adiantada para que a inauguração do parque ocorresse ainda no mandato de Taunay.

Para que a obra fosse iniciada, dois baluartes e moradores da região deram uma grande contribuição na empreitada, pois a verba municipal destinada ao projeto, sempre discutida pelos camaristas, nunca era efetivamente disponibilizada, assim, Ildefonso Pereira Correia e Francisco Fasce Fontana, empresários ervateiros, abraçaram a causa.

Rio Belém
A margem do Rio Belém ao norte do centro de Curitiba era, no Século XIX, uma área alagada e considerada foco de doenças.

O Rio Belém, que cortava a região, foi saneado com obras de engenharia, transformando-se em um plácido lago, que recebeu algumas canoas para o lazer dos curitibanos.

Por Fontana foi delegado ao engenheiro italiano Lazzarini (que também trabalhou na estrada de ferro e na construção da Igreja Matriz – futura Catedral) a tarefa de promover os melhoramentos no banhado.

Fontana, envolvido com o projeto, injetou dinheiro do próprio bolso para que o parque se materializasse.

Mesmo inacabado, o parque teve boa receptividade entre a população.

Foi batizado de “Passeio Público”, a exemplo de muitos outros espaços feitos com o mesmo objetivo, como os Passeios Públicos:

Vila Bela, no Mato Grosso, criado em 1773;
Vila Boa de Goiás, fundado em 1778;
Rio de Janeiro, construído entre os anos de 1779 e 1883;
E o de Salvador, datado de 1803.

Todos foram inspirados no Passeio Público doado para a cidade de Lisboa pelo Marquês de Pombal, em 1764.

O Passeio Público passou a fazer divisa com o antigo Atalho da Graciosa que também recebeu melhoramentos e passou a se chamar Boulevard 2 de Julho (posteriormente se tornaria a Avenida João Gualberto), a Rua Fontana (atual Rua Presidente Faria), a Rua Serrito (atual Rua Carlos Cavalcanti) e com os terrenos de Joaquim Bittencourt e Laura Borges, a Nhá Laura.

A Valorização
Em seu entorno foram instalados os mais exuberantes palacetes da era dos barões da erva-mate.

De certa forma, o Passeio acabou valorizando a região que, ao lado do Batel, passou a reunir as residências dos cidadãos mais abastados.

Não por acaso, a linha de bondes iniciava no Engenho do Barão do Serro Azul, no Batel, passava pelo centro da cidade e acabava em frente ao Engenho da Glória, alguns metros depois da entrada do Passeio.

Segundo o historiador Magnus Pereira, a diversidade e exuberância da vegetação do Passeio foi uma forma dos ervateiros criarem um ambiente que se diferenciasse do “caótico mato que envolvia a cidade”.

Fontana foi escolhido como o primeiro administrador do parque, mas ao contrário do que ele provavelmente desejava, sua gestão durou pouco.

Primeira Inauguração do Passeio 

Em 02 de maio de 1886, domingo, às três horas da tarde, pelo presidente da província Alfredo D’Escragnole Taunay e pelo comendador Francisco Face Fontana, o Passeio Público era inaugurado. Surgido de necessidades sanitaristas a população da capital ganhou o seu primeiro parque público, sendo Francisco Fasce Fontana nomeado seu Diretor.

A Gazeta Paranaense, de Romário Martins, na edição do dia, pormenorizou o que representou a inauguração do Passeio Público para o povo da cidade.

Muitas foram as pessoas curiosas para conhecer o primeiro parque da cidade e, segundo o Jornal Gazeta Paranaense:

“(...) [não] houve dúvida, quem intimamente não elogiasse o administrador da Província pelo benefício que fez a essa capital. (...) a festa esteve animadíssima e a tarde esplêndida”.

Também não faltaram elogios à administração pública e associou-se a construção do Passeio a um serviço de higiene pública, pois acreditou-se substituir “um foco de infecção, um centro de miasmas pestilênciais por logradouro, o mais possível a saúde geral, pela condensação de vegetação e escoamento regular das águas”.

A partir de sua inauguração, o Passeio se tornou o mais tradicional ponto de encontro dos curitibanos, cumprindo integralmente a sua finalidade.

Passou por várias transformações ao longo do tempo, tendo sido conhecido inicialmente como Jardim Botânico.

Em 03 de maio de 1886, dia seguinte, o presidente da província Visconde de Taunay entregou o cargo e seu sucessor, Joaquim Faria Sobrinho.

O novo presidente da província, arcou com as despesas para finalizar e corrigir os defeitos decorrentes da pressa.

Segunda Inauguração do Passeio

Em 08 de agosto de 1886, e talvez até mesmo por vaidade, Joaquim Faria Sobrinho reinaugurou o local.

O engenheiro responsável foi João Lazzarini, que lealmente iniciou e finalizou o projeto.

Francisco Fontana, além de doar o terreno, que na realidade não era seu, foi o primeiro administrador do "Passeio Público".

O Aumento de Área
Devido a quantidade de visitantes, o parque que tinha apenas 600 m² precisou ser ampliado.  Para isso a Chácara Nhá Laura Borges (hoje essa chácara dá lugar ao Colégio Estadual do Paraná, separado do Passeio Público pela Rua Luíz Leão).

Em 1887, a propriedade foi desapropriada, o que segundo Cid Destefani causou grande incomodo.

“[...] a proprietária exigia, na época, o preço de seis contos de réis por aquela terra, enquanto o governo achava demasiado, surgindo então um processo judicial volumoso e demorado, tendo finalmente pago o real valor levantado por avaliação.” (DESTEFANI, O Estado do Paraná, 1978)

Os Lampiões

Em 02 de julho de 1887, ali foram inaugurados 08 lampiões a gasolina, mais tarde aumentados para 17, doados pelo comércio e a indústria da cidade.

Luz Elétrica

Em 19 de dezembro de 1887, na comemoração do 33° Aniversário da Província do Paraná, ali brilhou pela primeira vez na noite curitibana uma lâmpada incandescente de luz elétrica, em concorrida demonstração realizada pelo alemão Schewing que, auxiliado pelo engenheiro Lazzarinni, um dos construtores da Catedral, instalou um gerador para informar a Província do mais novo prodígio da ciência moderna.

Nota:
- A luz elétrica definitiva só veio dois anos mais tarde, quando a companhia de energia elétrica iniciou as operações.

O Carrossel

Em 1888, Curitiba ganha o primeiro carrossel da cidade. Entendia Francisco Fontana que os lazeres e serviços oferecidos deveriam ser cobrados e, dessa forma ele conduziu os negócios, até a instalação do carrossel, também conhecido como a “Elegante Máquina de Cavalinhos”.

O alvoroço provocado pelo carrossel na população pelo mecanismo foi tão intenso, que Fontana criou regras e aumentou os preços para o uso da máquina. Houve desconforto popular.

Revolta Popular
No entendimento da pesquisadora Cassiana Lícia Lacerda, “essa máquina, certamente, proporcionava um sentimento de conquista povoando o imaginário dos adultos e das crianças, causando até certo tumulto”.

Nesse mesmo ano, ocorre a desapropriação da Chácara de Nhá Laura – onde hoje é o Colégio Estadual do Paraná.

Fim da Monarquia

A pacata Curitiba de 1889, não parece combinar com o cenário sugerido pelos relatos da Curitiba antiga, a Corte no Rio de Janeiro e os bastidores de todo o Brasil atravessava uma turbulência política gerada pela iminência da República.

República 

Em 1889, é dado um golpe na Corte no Rio de Janeiro, vem a república, a Família Imperial é exilada, Curitiba terá que se adaptar com a novidade política.

Francisco Fontana, que possuía inegáveis vínculos com a monarquia, resolveu se afastar da direção do Passeio Público que, no decorrer dos anos seguintes, passou por inúmeras transformações.

As mudanças políticas diminuíram as verbas destinadas ao Passeio.

Mudanças com o Regime
Fontana ficou contrariado, pois teve de bancar a custas da manutenção do local (como já havia feito por ocasião das obras iniciais de saneamento).

A situação que realmente o deixou furioso aconteceu quando fiscais da administração pública foram lhe cobrar recibos e notas fiscais das obras que ele mesmo estava pagando.

Isso o tirou do sério a tal ponto que ele fechou os portões do Passeio em represália.

Portões Fechados do Passeio O Balão
Diante dos portões fechados do Passeio Público, os populares quase promoveram uma revolta armada.

O povo em massa invadiu o parque numa clara demonstração de que aquele espaço era de todos, era “res” pública.

Os últimos trabalhos de Francisco Fontana como Diretor do Passeio Público, alteraram ainda mais as características do Rio Belém:

- O levantamento com aterro feito nas margens e a colocação de 230 metros de cano de cimento para esgoto das águas das chuvas.

- Além disso, o grande lago foi ampliado e escavado, e também foi construído um novo açude no limite da Chácara Bittencourt, dotado de duas comportas de um sistema de renovação das águas.

- O novo açude também recebeu uma ilha arborizada e adornada em seu centro.

- A Rua Serrito (atual Carlos Cavalcanti) também sofreu alterações, quando uma vertente de água potável que estava abandonada nessa rua recebeu canalização e se posicionou um chafariz no lado externo do Passeio.

Apesar dos muitos investimentos, as tensões políticas e a falta de recursos levaram a certa decadência do logradouro no final do século XIX, mas nem por isso o local deixou de ser o lazer favorito da população, com grande movimentação aos fins de semana.

Século XX

Curitiba, no início do século XX, conta com uma população de cerca de 60 mil habitantes.

O Almanhach do Paraná, datado de 1900, publica um texto de Sebastião Paraná, o qual traça um panorama da cidade:

“A bela Capital do Paraná é iluminada a luz elétrica e percorrida por bondes da Companhia Ferro-Carril Curitibana. Uma rede telefônica facilita as comunicações. É atravessada pelos riachos Ivo e Belém, que também contribuem para a formação do Rio Iguaçu. O Belém serpenteia hoje através do Passeio Público que é um dos principais ornamentos”.

Depois da virada do século, o parque viveu momentos de abandono por parte do governo, como o jornal “O Dezenove de Novembro” havia perguntando em uma reportagem:

“Haverão meios para a conservação desse útil logradouro público?”

Várias dívidas ficaram pendentes devido a construção do Passeio Público, porém a população continuou a frequenta-lo.

Em 1903, Arthur Dias descreve a Curitiba, traçando um panorama positivo da cidade, especialmente a respeito do Passeio:

“(...) onde o riozinho Belém capricha numa das curvas todas graciosas (...) e não teve que ser incomodado no seu curso, mas decorado e alinhado com leves pontes rústicas e outras fantasias da arquitetura paisagística (...)”.

- Arthur Dias atribui a este logradouro como sendo um dos mais lindos das cidades do sul, embora o ache um pouco descuidado.

A visão romanceada de Dias não corresponde à tônica da descrição da Curitiba do início do século, na qual estava presente a crítica à administração municipal, cujo descaso dava a cidade um aspecto desolador devido à iluminação pública precária, ruas por calçar, falta de serviço de limpeza pública regular, passeios por construir e muita lama.

Em 1908, o prefeito de Curitiba chama a atenção do Presidente de Estado para “a necessidade de rebaixar o Rio Belém até a barra do Iguaçu para dar escoamento às águas que em tempos de chuva alagam essa cidade”.

O Balão

Em 1909, vendo que o parque era bastante movimentado, a espanhola Maria Aída decidiu que aquele seria seu palco. A balonista prometia que iria fazer exercícios ginásticos e ainda iria voar em um balão.

Mas esse seria um evento pago. Arquibancadas foram montadas e todos que queriam ver a aventureira de perto teriam que pagar um mil contos de réis. O jornal “Diário da Tarde” publicou uma nota um dia antes da apresentação:

“A aeronauta Maria Aída discípula e esposa do capitão Magalhães Costa, fará amanhã uma acessão, no bosque do Passeio Público, às três horas da tarde. D. Maria Aída subirá em seu balão Granada sem barquinha, apoiada a um trapézio, no qual executará exercícios ginásticos. As manobras para encher o balão são interessantes e começarão às duas horas da tarde. A entrada no passeio para assistência custa (sic) 1$000.” (DIÁRIO DA TARDE, apud LACERDA, 2001, p. 95)

Em 21 de abril de 1909, a balonista conseguiu cumprir o que havia prometido há semanas. Muitos curitibanos pagaram e foram ver de perto o que Maria Aída iria fazer.

Porém, ao contrário de todas as expectativas, a aventureira não conseguiu levantar voo. A população, indignada, gritava “larga tudo!” (LACERDA, 2001, p. 95).

- Quanto Maria Aída, ela não desistiu. Remarcou o evento para o próximo domingo, mas também não foi bem sucedida.

Levantou voo, porém não foi muito longe.
Após 34 minutos no ar e ao atingir a altura de 970 metros, o Granada aterrizou desastradamente no telhado da Igreja Matriz (atual Catedral Basílica de Curitiba), que fica em frente a Praça Tiradentes, há poucos metros do Passeio Público. Quando encostou na igreja, ela ficou presa no lanternim. Depois de socorrida, foi aplaudida pelo público.

O Príncipe dos Poetas

Em 20 de agosto de 1911, o Passeio teve ares intelectuais, no fervor do helenismo, Curitiba coroou Emiliano Perneta como o "Príncipe dos Poetas Paranaenses".

Ele se negou a ir até uma das ilhas de barco – não achava seguro.
A ilha, chamada de Ilusão, recebe este nome em referência a uma das obras de Perneta.
Lá, jaz o seu busto.

Queixas
Ao Passeio Público, as principais queixas estavam nas pontes destruídas, árvores maltratadas, alamedas esburacadas, sem muro nem cerca, protegidas apenas por um fosso de um lado e do rio pelo outro.

O Prefeito Cândido de Abreu foi o gestor que deu ao Passeio a devida atenção ao reformá-lo e dotá-lo de muitos benefícios que alinham tendências da época no que se refere ao lazer, arquitetura e paisagismo.

Mesmo com todas as obras feitas, o problema que o Rio Belém representava para a cidade não foi solucionado.

Os Portões do Passeio
O parque mais antigo da cidade tem um portal que faz jus ao seu título, que chama a atenção de quem passa próximo ao local. O Passeio é de 1886, mas seu portal só foi construído 24 anos depois.

O conhecido portão de entrada do Passeio Público não foi construído, na inauguração do parque. Ele data de 1916.

O intendente (prefeito) Cândido de Abreu queria realizar uma grande reforma no parque (a maior até então) e ordenou a construção do portão para marcar a entrada do Passeio.

A revista A Ilustração Brasileira havia publicado, em uma de suas edições, um desenho de um portão de entrada, em estilo art-nouveau, indicado como sendo do Cemitério de Cães d’Asnières, que fica próximo a Paris.

O monumento encantara o então intendente (prefeito da cidade), o engenheiro Cândido de Abreu.

Esse modelo foi escolhido para inspirar o portão de entrada do Passeio Público e foi assim que o Cemitério de Cães francês ingressou na história de Curitiba.

O projeto é composto por três entradas, a principal, mais larga e mais alta e outras duas, uma de cada lado, menores. O portão central era destinado à entrada de veículos e os laterais para pedestres. A construção é um grande exemplo do movimento art nouveau em Curitiba.

Portão do Cemitério de Cães d’Asnières - França

Art Nouveau
- Do Francês “Arte Nova”. Tem como características principais os padrões decorativos “whiplash”, linhas dinâmicas, formas ondulantes, fluídas e sincopadas.

Em 1912, ao ser convidado pelo então prefeito Cândido de Abreu para realizar uma reforma no Passeio Público, o experiente arquiteto Joseph Antoine Bouvard fez o que o intendente pediu, usou como portão de entrada do parque o antigo desenho utilizado no projeto do cemitério de cães (Cemitière de Chiens), em Paris.

Bouvard trabalhou nas obras de Sena (França) por isso é atribuído a ele a construção desse portal na capital francesa. Os dois portais são muito parecidos e de acordo com Cassiana, o único elemento que os diferencia são as estátuas de cães ausentes no portal do parque em Curitiba. (LACERDA, 2001, p. 132).

- Esta obra foi tombada pelo Patrimônio Histórico e Artístico do Paraná no ano de 1974.

Em 1915, a construção foi projetada pelo arquiteto francês Joseph Antoine Bouvard.

No Passeio, é possível ver esse tipo de arte haussmmaniano na cerca que contorna o parque (feita de cimento, mas que imita troncos de árvores), nas grutas (uma delas feita semelhante a estalactites) e no antigo coreto, que imitava rochedos.

O Engenho

Em 1916, o prefeito Coronel Luís Antonio Xavier desapropriou o engenho Bittencourt, anexando sua área e o tanque ao Passeio Público.

A desapropriação do engenho foi justificada pela necessidade de terminar as obras que estavam sendo executadas no Passeio, as quais estavam expostas e poderiam ser abaladas ou destruídas em virtude de enchentes ocasionadas pelos intensos temporais.

O tanque era tido como imprescindível para complementar as obras.

Em 1916, parte do terreno da Chácara e Engenho integrados ao Passeio Público foram doados pelo município, para a construção da sede do Círculo Militar.

Em 1920, é inaugurado um novo Passeio Público, concebido pelo arquiteto Joseph Antoine Bouvard, com jardins de padrões hausmmannianos e com o portão semelhante ao do Cemitério de Cães de Paris.

O Zoológico

Em 1932, os animais começaram a chegar ao Passeio, transformando-o num pequeno zoológico, o primeiro da capital paranaense.

Na época, surgiu uma superstição dos curitibanos que cisnes dariam azar, com isso, várias aves foram abandonadas ali.

“Daí em diante vieram araras, papagaios, macacos e a fauna começou a crescer”. (OLIVEIRA, 1985)

Chegou a ficar pequeno de tanto bicho:
- Onças, tigres, leões, jacarés, girafas, zebras, posteriormente transferidos para o zoológico.

Nota:
- Não dá para falar da história do Zoológico sem falar da história do Passeio Público e do Parque Regional do Iguaçu.
Após a inauguração em 1886, um pouco mais tarde, o Passeio Público recebeu alguns animais e se tornou o primeiro zoológico da cidade. Com o tempo o local ficou saturado, abrigando os animais em condições deficientes. Era necessário construir um novo zoológico.
Em 1975, o então prefeito Jaime Lerner desapropriou uma área de mais de 150 mil metros quadrados anexa ao Parque Municipal da Barreirinha, que junto com esse terreno passaria a ter 450 mil metros quadrados de área verde. Como havia uma grande preocupação com os alojamentos.

O viveiro dos macacos,tinha até lambrequins.

Parque Infantil

Em 1935, o primeiro Parque Infantil de Curitiba, construído pelo arquiteto Frederico Kirchgässner foi inaugurado, assim como o Restaurante do Estudante.

Canalização
Desta década também começou a canalização do Rio Belém, que só foi finalizado quase trinta anos depois.

Coreto
O coreto estava presente desde a inauguração do parque.
Em 1941, teve o telhado totalmente reformado.
No lugar, foi construído um teto plano.

Pavilhão de Madeira
O Pavilhão de Madeira, implantado durante o primeiro governo de Moisés Lupion, em 1950, que servia como bar, foi totalmente transformado em restaurante que agora tinha o nome de Restaurante do Estudante.

Em 1956, devido a um incêndio, mudou para Recreio do Garoto, que quase trinta anos depois veio a ser o Bar Lá no Pasquale, que foi quando o local foi mais frequentado, principalmente por intelectuais.

Nessa época o proprietário era João de Pasquale.

Nessa época os barcos perderam espaço para os pedalinhos.

Revitalização do Passeio

Em 1960, o Passeio Público recebeu a maior revitalização já vista até então.

Devido ao Plano Diretor da época, foi proibida a circulação de automóveis dentro do parque, a canalização,

- Assim como a cimentação do Rio Belém, foram concluídas.
- O parque infantil foi remodelado,
- Os banheiros foram construídos.
- As trilhas do Passeio foram pavimentadas,
- O parque recebeu novas redes de iluminação,
- O restaurante foi reformado,
- Assim como a Ilha da Ilusão, além da elaboração da Ilha dos Macacos.

Entre 1965 a 1966, o Passeio sofreu intervenção de caráter significativo: a implantação do plano para o Passeio Público elaborado pelo IPPUC. A partir daí, veículos não circularam mais pelo parque.

A Última Década de Ouro

A década de 1970, foi a última década do auge do logradouro. O Passeio Público era tomado por uma magia: a dos encontros. O parque era o ponto principal de reunião dos curitibanos nos finais de semana, como noticiava o jornal Gazeta do Povo noticiava:

Para centenas de curitibanos, e aí está incluída a maioria da nossa população situada na faixa etária abaixo de dez anos, a chegada do  domingo, principalmente nas manhãs de sol, significa um dia de festa e confraternização no Passeio Público. Uma manhã no Passeio Público é uma tradição que se renova, sistemática e naturalmente, envolvendo gerações de curitibanos. (GAZETA DO POVO, 1974).
  
O Lago

Na década de 1970, com a concretagem do lago e a canalização do Rio Belém na Rua Ivo Leão, o lago passou a ser alimentado por água de poços artesianos.

A Praia

Nos anos de 1970, o Passeio Público já foi considerado a “Praia da Capital Paranaense”.

Nota:
- Em análise de conteúdo de recortes de jornais dos anos de 1970, quando foi o auge do Passeio Público.

Na década de 1970, os portões foram reconhecidos e tombados. Só um deles é semelhante ao Cemitério de Cães de Paris (Cemitière des Chiens de Asnière-Sur-Seine).

Novos Parques

Em 1972, o Passeio Público teve seu auge até o surgimento de novos parques, com a inauguração do Parque Barigüi e o Parque da Barreirinha.

Deste ponto em diante o movimento começou a cair. Com a implementação desses parques próximos aos bairros, a população deixava de ir ao Centro de Curitiba para apreciar o Passeio.

Em 1973, de 1876 a 1973, o Passeio Público foi o único parque público da cidade.

Em 1974, o portal concebido por Antoine J. Bouvard foi tombado considerado Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural do Estado.

A Catraca

Em 1977, uma notícia indignou os curitibanos. Havia sido aprovado pela Câmera que fossem colocadas catracas no parque, cobrando um taxa de entrada, motivo que poderia ter desestimulado as pessoas em ir no Passeio Público. A população reivindicou e o ingresso ao Passeio Público continuou a ser gratuito.

No final dessa década de 1970, o programa social Animação da Cidade levava todos os domingos "bandas regionais, grupos de artistas, de samba, teatro infantil, espetáculos circenses. Aos sábados pela manhã, o Bar Lá no Pasquale era o ponto de encontro favorito dos políticos e intelectuais." (LACERDA, 2001, p. 145).

O Fim do Zoológico

Em 1982, o Zoológico com os animais de grande porte, como o leão, foram retirados do Passeio Público, e levados para o Parque Iguaçu, que se tornou o novo zoológico da capital, com espaço ampliado e maiores acomodações para a fauna que até então habitava o Passeio Público. Alguns animais, como macacos e aves, ainda residam no parque do Centro de Curitiba.

Nota:
- Atualmente (2017), no Passeio funciona a sede do Departamento de Proteção e Conservação da Fauna e abriga os pequenos animais que permaneceram.

Em 1984, todo o Passeio Público é tombado pelo Estado pela importância de sua natureza e arquitetura.

Centenário do Passeio

Em 1986, ano do Centenário do Passeio Público.

Fim do Palco Flutuante

Em 1986, o palco flutuante não era mais utilizado. 

Foi implantado um projeto visando a reutilização da estrutura, que se tornou um chafariz. 

Com a função de repuxo, ele recicla e oxigena a água do lago, melhorando sua transparência, que até então era prejudicada pelas algas ali existentes.

Fim do Pasquale

Em 1996, também foi o último ano do “Lá no Pasquale”.  A Família Pasquale deixava o Recreio do Garoto. Susan de Pasquale, filha de Isaura, conta que o contrato deles  era  por  tempo  indeterminado  e  enquanto  o  Pasquale  fizesse  as  reformas necessárias, eles não pagariam aluguel.

O prefeito, Roberto Requião, afirmou a eles que a concessão sobre o restaurante teria terminado e os retirou de lá.  Isaura ainda afirma que “agora o Passeio está morto e se eu pudesse pegar o restaurante novamente, eu iria correndo e cuidaria de lá.” (PASQUALE, 2013).

A partir 1998, o Bar Lá no Pasquale passou a ser o Restaurante do Passeio. (LACERDA, 2001, p. 143-160).

O Aquário

Em 1999, aproveitando a estrutura do coreto, foi inaugurado o aquário com peixes ornamentais.

Tombamento do Passeio

Em 08 de novembro de 1999, o Passeio Público é tombado pelo Estado como patrimônio histórico, por conta da importância de sua natureza local e também da arquitetura que o preenche.

Por isso, qualquer reforma e intervenção deve passar pela curadoria do Patrimônio Histórico do Paraná.

Século XXI

Decadência

De 2002 a 2012, focando também nos dias de hoje na sua decadência.

Módulo Policial

No ano 2000, foi implantado o módulo policial próximo à entrada pela Rua Conselheiro Araújo.

Em 2002, uma notícia publicada pelo Estado do Paraná conta que há falta de segurança no parque. Com a reportagem intitulada “Pipoqueiros do Passeio Público pedem segurança”.

Em 2004, começaram várias tentativas de chamar atenção dos curitibanos para o parque. Os alunos do Colégio Estadual do Paraná tentaram atrair mais pessoas ao Passeio Público, porque, segundo a reportagem, há um “sentimento de abandono” no parque. (OLIVEIRA, Rosângela, 2004, p. 18). 

Em 2004, o programa Comunidade Participativa trouxe atividades para o Passeio  como  pintura infantil, dança, exames e entre outros, com o objetivo de “ampliar número de visitantes do  espaço, que  é  um dos  mais  tradicionais  da  cidade”  (O ESTADO  DO  PARANÁ, 2004, p. 20).

Em 2007, os moradores dos arredores do parque tentaram “recuperar a imagem do parque como espaço de lazer seguro” (RIBEIRO, Denise, 2007). Tentativa, que não trouxe resultado positivo. 

Em 2008, a Gazeta do Povo publicou uma entrevista não diretiva realizada no dia 14 de agosto de 2013.

 A Comunidade Participativa junta a Prefeitura e a população com o objetivo de melhorar a qualidade de vida e a propagar a cultura para os habitantes da cidade.

Em julho de 2010, com a reinauguração do parquinho das crianças, foi instalada uma réplica metálica do Balão Granada, com altura de 5,39 metros, que é uma referência ao balão de Maria Ainda (1909).

Entre 2011 e 2012, Alfredo Trindade, superintendente de Obras e Serviços da Secretaria do Meio Ambiente e diretor do parque, conta que o parque, por sua localização, acaba sendo a “sala de estar” de quem vai ao Hospital de Clínicas.

Além disso, tem uma das melhores pistas de corrida – totalmente plana.

Em contrapartida, o tráfego intenso dos carros danificou parte das cercas, construídas no estilo Haussmanniano, caracterizado por replicar paisagens naturais por meio de intervenções artificiais.

Em 2013, no começo do ano, iniciou um projeto de reocupação do Passeio Público através das redes sociais com o grupo “O Passeio Público é Nosso!” criado no Facebook pelo ator e diretor de teatro, Enéas Lour, o colunista Dante Mendonça e Luiz Roberto Bruel, com intuito de motivar a população curitibana a ocupar o seu espaço de lazer central. 

Segundo Mendonça, o real objetivo é "a reocupação do Passeio não no sentido de mudar o povo, [...] mas sim chamar a atenção para que ele fosse revitalizado, (porque o local) não pode mais viver como se fosse uma gaiola de animais". Para isso, movimento realiza eventos no parque, como a “Virada Cultural” e a “Regata de Pedalinhos”.

Além disso, sugere que seja criado dentro do parque: - livrarias, confeitarias e bistrôs. Esse projeto continuou em andamento até o termino desse trabalho.

A Gazeta do Povo aderiu ao projeto e criou um editorial em seu jornal com o título “ocupe o Passeio Público”.

Em 28 de Abril de 2013, foi realizado o evento, onde os mais variados cachorros-quentes eram vendidos e também foi realizado a corrida de pedalinhos.

Drogas e Prostituição

No dia 14 de agosto de 2013, reportagem intitulada “Mancha no cartão-postal”, referindo-se aos usuários de drogas, prostitutas e a sujeira no lago. A mesma critica persistiu até 2012, quando outra notícia publicada pelo mesmo jornal intitulada de “Sexo e Drogas mancham o Passeio Público”.

Nela, André Simões afirma que quando os portões se fecham a situação piora e o lugar se transforma num ponto de prostituição e venda de drogas.  O jornalista ainda destaca que mesmo com a Guarda Municipal ao lado de fora do parque, os marginais não ficam inibidos e continuam frequentando o local.

Mas a importância histórica do espaço destoa de sua realidade: - hoje, o parque é ponto de tolerância para prostituição e consumo de drogas, principalmente no período do começo da noite até o fechamento dos portões, às 20 horas.

A presença de um módulo policial, dentro do Passeio desde 1997, e a sede da Guarda Municipal logo ali, do lado de fora das grades do parque, não inibem essas atividades. (SIMÕES, André, 2012, p. 9)

Fim da Cronologia

O Passeio Ainda é do Público
Ainda não há registros em livros sobre o Passeio a partir de 2001. Esse começo de século a história do Passeio Público de Curitiba está somente na memória dos visitantes e nos jornais.  

Cimetière des Chiens
Marguerite Durand
O Século XIX presenciou uma mudança, para melhor, na forma como o ser humano tratava os animais. A primeira Sociedade de Proteção aos Animais surgiu na Inglaterra em 1824 e logo elas se espalhariam pelo mundo. No final do século, a atriz francesa e ativista pelo voto feminino Marguerite Durand (foto) uniu-se ao advogado Georges Harmois para fundar a sociedade que, em 1899, inaugurou aquele que é considerado o primeiro cemitério de animais do mundo.
O Cimetière des Chiens (Cemitério de Cães), na verdade, não fica em Paris, mas sim em Asnières-sur-Seine, cidade na região metropolitana a noroeste da capital francesa, na margem esquerda do Rio Sena, hoje com 83.300 habitantes. Vincent Van Gogh retratou em suas pinturas diversas paisagens de Asnières-sur-Seine. Durand e Harmois adquiriram do Barão de Bosmolet o terreno para a construção do cemitério, que também não é só de cães: os mais de cem mil animais lá sepultados incluem também gatos, aves, cavalos, macacos, tartarugas, gazelas, porquinhos-da-índia e até peixes.

O portão de entrada do Cemitério de Cães foi projetado por Eugène Petit, arquiteto parisiense conhecido por diversas obras na capital francesa no Século XIX. Ele foi o responsável pelo desenho que inspirou o nosso Passeio Público. O portão foi reformado em 2001, para devolver-lhe as características originais.
Monumento a BarryDiversos monumentos ornamentam o Cemitério de Cães de Asnières-sur-Seine. O primeiro deles, inaugurado em 1900 (foto), homenageia Barry, um cão da raça são-bernardo que morreu em 1814 após salvar quarenta pessoas isoladas pela neve nas montanhas. Em 1912, foi inaugurado o monumento aos cães policiais mortos em ação. Nele estão sepultados diversos cães, alguns condecorados e com anos de serviço.

Ao lado do monumento a Barry, encontra-se a placa em homenagem a Moustache (“Bigode”, em francês), o cão mascote do Exército de Napoleão entre os anos de 1799 e 1811. Moustache acompanhou os veteranos e chegou a ser apresentado a Bonaparte. Diz a História que Moustache apresentou sua saudação militar ao imperador, levantando a pata à altura das orelhas.

Túmulo de Rin Tin TinComo nos cemitérios humanos, existem em Asnières túmulos ornamentados com esculturas ao lado de outros mais simples. Diversos animais ilustres podem ser encontrados nas sepulturas do Cemitério. Rin Tin Tin, o astro do cinema (que era francês), foi sepultado em Asnières-sur-Seine (foto ao lado), assim como os cães de estimação das princesas Lobanoff, da Rússia, e Elizabeth, da Romênia. Cães das trincheiras da Primeira Guerra Mundial e o próprio cavalo da fundadora do Cemitério, Marguerite Durand, de nome Masserau (foto abaixo), são outros animais ali sepultados.

Mas não apenas sepulturas de animais famosos podem ser encontradas no Cemitério de Asnières-sur-Seine. As histórias se multiplicam quando se trata dos animais menos conhecidos, como o cão Loulou, que salvou uma criança de afogar-se em 1895. Loulou tinha na ocasião apenas nove meses de idade e problemas em uma das patas. A mãe do menino fez o túmulo para homenagear o cachorro herói.

Cavalo de Marguerite DurandE as histórias não param por aí… Em 1958, um cão anônimo veio morrer junto ao portão de entrada do Cemitério (o mesmo que inspirou o nosso Passeio Público). Ganhou um monumento; ele foi o 40.000º (quadragésimo-milésimo) animal a ser sepultado no Cemitério de Cães.
Assim como o nosso Passeio Público, o Cemitério de Cães de Asnières-sur-Seine também passou por fases difíceis. Em um momento de crise em 1986, seus diretores chegaram a anunciar seu fechamento. O governo local, porém, interveio e conseguiu o tombamento do cemitério em 1987. Desde 1997, o Cemitério de Cães é administrado pela Prefeitura de Asnières-sur-Seine.

Cemitério de Cães de Asnières-sur-SeineSe você for à França, o Cemitério de Cães (4, pont de Clichy, Asnières-sur-Seine) abre diariamente, exceto às segundas-feiras, das 10 horas às 16h30 (no verão, o horário se estende até às 18 horas). O cemitério fecha nos feriados, exceto no dia primeiro de novembro. O ingresso custa 3,50 euros, crianças de seis a doze anos pagam 1,50 e menores de seis anos não pagam. Os visitantes recebem ao entrar um mapa impresso do cemitério, que pode também ser baixado no site da Prefeitura de Asnières-sur-Seine.

Novo Projeto para o Passeio
O Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc) apresentou nessa semana, em audiência pública na Câmara Municipal de Curitiba, o novo projeto para a revitalização do Passeio Público, primeiro parque da cidade. O trabalho, assinado pelo arquiteto Reginaldo Reinert, tem a finalidade de aumentar a segurança do local, resgatar sua importância histórica e diversificar as atividades e atrações oferecidas.
Segundo instituto, o projeto deve passar por adequações em virtude de eventuais sugestões feitas pelas população e, posteriormente, serão buscados os recursos para a viabilização do projeto. O órgão municipal diz ainda que não há data prevista para elaboração dos projetos executivos e complementares, nem para o início das obras.
O projeto original prevê uma grande área destinada às crianças, com instalação de playground e jogo interativo pelo qual serão apresentadas a geografia e a história de Curitiba. A partir do antigo portal de entrada do Passeio, o piso será todo refeito com uma brincadeira temática. Além disso, está prevista a realização de atividades de pintura e desenho para o público infantil, aos sábados.



Na área central, será implantado o Jardim das Cores, formado por alamedas repletas de canteiros multicoloridos, preenchidos com flores da estação. 

Ainda será instalada uma Praça da Música, com a reforma do palco flutuante, para a apresentação de concertos e outros espetáculos. 

O projeto também contempla a criação de uma área permanente de exposições, onde serão exibidas fotografias e obras de artistas plásticos.

Também está prevista a instalação da Alameda dos Enxadristas para privilegiar os jogadores de dama e xadrez. Nesse local, prevê-se a exposição permanente das peças de um grande jogo de xadrez criado pelo artista plástico Juarez Machado, que devem ser restauradas.

O viveiro de pássaros e quelônios será revitalizado, assim como o espaço destinado à feira de produtos orgânicos, que será ampliado e equipado com pontos de água e luz, além de proteção contra a chuva na frente das barracas. 

O projeto de paisagismo também prevê um novo espelho d''água.

Equipamentos Públicos
Ainda entre as intervenções propostas, está a consolidação de duas ciclovias, uma externa e já existente, e outra interna, a ser implantada, ao lado da pista de caminhada, com 3,5 metros de largura cada. Para aumentar a área de circulação de pedestres e ciclistas, o tráfego de veículos no local será limitado a um local em específico para carga e descarga, bem como para o estacionamento de ônibus escolares. A área destinada ao aluguel de bicicletas será mantida e poderá oferecer outros serviços.
Os postos da Polícia Militar e da Guarda Municipal serão deslocados para a área externa, eliminando a circulação interna de viaturas e reforçando as ações preventivas. Também será instalada uma torre de observação na parte central do parque, facilitando o monitoramento. A praça de alimentação será reformulada para atender diversos públicos, além de pratos da culinária regional.

Portal do Passeio Público
Além do parque em si, o Portal também é tombado pelo Estado

Estrutura do Passeio Público
O Passeio Público ocupa 69.285 m² da área Central de Curitiba e é considerado um dos mais importantes símbolos da capital paranaense, com uma grande área verde em plena área urbana, espécies da fauna e flora nativas e algumas espécies estrangeiras.
O parque é formado por diversos lagos e ilhotas, das quais se destaca a Ilha da Ilusão
É o parque mais central da cidade, com implantação e equipamentos em torno do verde de diversas espécies nativas e exóticas. Ciprestes centenários se harmonizam às paineiras e jacarandás mimosos, abrigando sob sua copa a vivência de sabiás, tico-ticos e canários-da-terra. Também há coleirinhas, chupins, pica-paus, sanhaços, pombos e majestosas garças brancas em desfile pelo lago. 

Ilhas
Ilhas e pontes interrompem as aléias, capturando o olhar e os passos do caminhante.
Os seus três lagos. É possível passear em um deles de pedalinho e há algumas pontes e travessias para auxiliar no caminho ao restaurante ou a outros pontos do parque. 

Ilha da Ilusão

Ilha dos Amores
Uma construção artificial feita de pedras.
Ali também foi criado o primeiro Parque Infantil, com projeto do arquiteto Frederico Kirchgässner.

Ponte Pênsil
A ponte pênsil, que liga a área central do parque à Ilha da Ilusão.
Em metal e com amarras, ela vem de um projeto inglês.

Ponte de Pedras
Outra ponte é a de pedra, uma construção original, próxima a chamada Ilha dos Amores. 

Terrário
O Terrário que, numa área de 156 m2, abriga 40 animais, entre serpentes e lagartos de espécies exóticas e raras, vindas de diversas partes do mundo.
Em meio aos répteis, o tratador de animais Dionor de Paula sente-se à vontade. 

Afinal, são 28 anos trabalhando com animais, principalmente os exóticos. Há 10, ele cuida exclusivamente das cobras do serpentário do Passeio Público. O que inclui uma imensa jiboia, cascavéis e jararacas. Pode-se dizer que o cuidado com os animais está no sangue. Afinal, seu pai foi tratador no mesmo lugar.

Aquário
O aquário é um coreto mourisco instalado sobre uma gruta estilo art-nouveau.
Aquário que possui 30 variedades de peixes de rios e ornamentais da região amazônica e da África.

Lago
No Passeio, o lazer corre manso no remanso das águas do lago, divididas entre os cisnes, as garças e os pedalinhos. Na pausa das caminhadas, cruzando pontes e aléias ou na agitação da prosa-debate, retempera-se o espírito dos curitibanos.

Parque Infantil

Zoológico
O Passeio Público foi o primeiro zoológico da cidade e até meados da década de 1980, era uma das sedes do Zoológico de Curitiba, chegando a possuir animais de grande porte, como leões e até um búfalo branco. Atualmente sedia o departamento administrativo da entidade e expõe aves e outros animais de pequeno porte, como cobras.

Museu Botânico
Em 1965, no local foi fundado a primeira sede do Museu Botânico de Curitiba, ali permanecendo até 1975.

Flora
Todas as árvores do passeio são plantadas. Algumas das mais antigas são os plátanos, que ficam na pista ao lado do Colégio Estadual do Paraná.
Há espaço para outras mais raras, como o xaxim, que está em extinção.
Durante o passeio, é possível observar árvores nomeadas, como o jacarandá mimoso, essas placas indicam que a Secretaria do Meio Ambiente está monitorando-as mais de perto.

Fauna
A fauna tem destaque, os animais são necessários, até para atrair a atenção dos visitantes. 

O passeio já foi palco de histórias curiosas, como a da gralha azul que visitava as “irmãs” que estavam no viveiro para se alimentar de pinhões dados por elas.
O parque ainda serve de passagem para as garças durante o processo de migração. Normalmente, elas ficam no viveiro do pelicano, um dos recintos mais antigos.
Outros viveiros abrigam urubus-reis, araras e flamingos.
Há duas ilhas para os macacos.

    Área: 69.285 m2
    Localização: Rua Carlos Cavalcanti X Av. João Gualberto X Rua Presidente Faria
    Bairro: Centro
    Ano de Implantação: 1886
    Acesso: Gratuito
    Fauna: Sabiá, tico-tico e canário-da-terra, coleirinha, chupim, pica-pau, sanhaço, pombo, joão-de-barro e garça branca.
    Flora: Árvores nativas e exóticas como o carvalho, o cipreste, a paineira, o jacarandá, o plátano, o ipê-amarelo, a canela e o eucalipto.

Equipamentos
Restaurante, play-ground, aquário, terrário, sanitários, ponte pênsil, posto da Polícia Militar, pedalinhos, pista para caminhadas, ciclovia, bicicletário, sanitários, pista de patinação.
Telefones:
(41) 3350-9940
(41) 3350-9631
Horário de funcionamento:
Terça-feira a domingo, das 06 às 20 horas.


Dr. Muricy

O Dr. José Cândido da Silva Muricy, fundador da Santa Casa de Misericórdia de Curitiba e também capitão do exército brasileiro.

Francisco Fasce Fontana
O italiano Francisco Fasce Fontana fez fortuna no Uruguai com a industrialização e o comércio de erva-mate.

No começo da década de 1880, o empresário esteve em Curitiba para cobrar uma dívida e acabou se instalando, após casar com a filha do desembargador Ermelino de Leão, nome de peso entre os ervateiros paranaenses.

Fontana marcou época com suas técnicas inovadoras para a industrialização do mate.

Quando Fontana faleceu, o jornal “A República” publicou um obituário dizendo que ele fora responsável pela iniciativa do projeto do parque e pela doação do terreno.

Em verdade, a iniciativa de se criar um parque veio de Taunay e o terreno pertencia em sua maior parte à administração municipal.

Curiosamente, o mesmo texto publicado erroneamente por “A República” foi usado em duas placas de bronze instaladas no Passeio.

O busto de Fontana que se encontra na entrada do parque é de mármore, um material mais comum em cemitérios.

Nota:
- O busto de Fontana foi retirado de seu túmulo.

Alfredo d'Escragnolle Taunay
Ocupação:  Escritor, professor, político, historiador e sociólogo
Magnum opus     Inocência
Escola/tradição    Romantismo/Realismo
Alfredo Maria Adriano d'Escragnolle Taunay, primeiro e único visconde de Taunay, (Rio de Janeiro, 22 de fevereiro de 1843 — Rio de Janeiro, 25 de janeiro de 1899) aos 55 anos, foi um nobre, escritor, músico, professor, engenheiro militar, político, historiador e sociólogo brasileiro.

É o patrono da cadeira de número 17 da Academia Brasileira de Música.

Família e Educação
O brasão de armas do visconde de Taunay, as mesmas armas francesas das famílias Taunay (1.º e 4.º quartéis) e Escragnolle (2.º e 3.º quartéis).
Alfredo Taunay nasceu no Rio de Janeiro, em uma família aristocrática de origem francesa. Seu pai, Félix Émile Taunay, 2º barão de Taunay, era pintor, professor e diretor da Academia Imperial de Belas Artes, e seu avô paterno, 1º barão de Taunay, foi o também conceituado pintor Nicolas-Antoine Taunay, membro da Missão Artística Francesa. Sua mãe, Gabrielle Herminie de Robert d'Escragnolle, era irmã do barão d'Escragnolle, filha de Alexandre-Louis-Marie de Robert, conde d'Escragnolle, sobrinha do visconde de Beaurepaire-Rohan e neta de Jacques Antoine Marc, conde de Beaurepaire.

Após obter seu bacharelado em literatura no Colégio Pedro II em 1858, aos quinze anos de idade, Taunay estudou física e matemática na Escola Militar de Aplicação, da qual se originaram a Escola Militar da Praia Vermelha (atual Academia Militar de Agulhas Negras), a Escola Técnica do Exército (atual Instituto Militar de Engenharia) e a Escola Central Politécnica (atual Escola Politécnica da Universidade Federal do Rio de Janeiro), tornando-se bacharel em Matemática e Ciências Naturais em 1863.
Casou-se com Cristina Teixeira Leite, filha do barão de Vassouras, neta do primeiro barão de Itambé e sobrinha-neta do barão de Aiuruoca. Seu filho foi o historiador Afonso d'Escragnolle Taunay, membro da Academia Brasileira de Letras.

Guerra do Paraguai e Carreira Política
Taunay lutou na Guerra do Paraguai como engenheiro militar, de 1864 a 1870. Desta experiência surgiu seu livro La Retraite de Laguna, de 1871.
Após seu retorno ao Rio de Janeiro, Taunay lecionou na Escola Militar e iniciou simultaneamente sua carreira como político do Segundo Império. Atingiu o posto de major em 1875. 

Foi eleito para a Câmara dos Deputados pela província de Goiás em 1872, cargo para o qual seria reeleito três anos mais tarde.
O Conde d'Eu (com a mão na cintura no centro a direita) e à sua esquerda, José Paranhos, futuro visconde do Rio Branco, e entre ambos, o visconde de Taunay, cercados por oficiais brasileiros durante a Guerra do Paraguai.
No dia 26 de abril de 1876, foi nomeado presidente da província de Santa Catarina. Assumiu o cargo de 7 de junho de 1876 a 2 de janeiro de 1877, quando o passou ao vice-presidente Hermínio Francisco do Espírito Santo, que presidiu a província por apenas um dia. 

Em 1 de janeiro de 1877, durante seu mandato como presidente, ele havia inaugurado, no Largo do Palácio, atual Praça Quinze de Novembro, o monumento aos heróis catarinenses da Guerra do Paraguai.
Inconformado com a queda do Partido Conservador, Taunay retirou-se da vida política em 1878, deixando o país para estudar, durante dois anos, na Europa.
Em 1881 foi eleito deputado pela província de Santa Catarina.
Em 1885, nomeado presidente da província do Paraná.
Em Curitiba, foi um dos responsáveis pela criação do primeiro parque da cidade, o Passeio Público, inaugurado em 2 de maio de 1886 (véspera do dia da entrega do cargo). Exerceu tal cargo até 3 de maio de 1886.
Neste ano, torna-se senador por Santa Catarina, tendo sido escolhido de uma lista tríplice pelo Imperador em 6 de setembro de 1886, sucedendo Jesuíno Lamego da Costa.
Recebeu o título nobiliárquico de visconde de Taunay de D. Pedro II em 6 de setembro de 1889.
Com a proclamação da República naquele mesmo ano, Taunay deixou a política para sempre.
Crítico das influências da literatura francesa, Taunay buscava promover a arte brasileira no exterior. 

No dia 21 de agosto de 1883 propõe à câmara dos deputados a autorização de uma soma para a realização de uma sinfonia por Leopoldo Miguez em Paris, nos Concerts-Collone. Anteriormente fora responsável pela promoção de Carlos Gomes no exterior.
- Taunay foi um autor prolífico, produzindo ficção, sociologia, música (compondo e tocando) e história. 

Na ficção, a obra Inocência é considerada pelos críticos como seu melhor livro.
Faleceu diabético no dia 25 de janeiro de 1899.
Foi oficial da Imperial Ordem da Rosa e cavaleiro das imperiais ordens de São Bento de Avis e de Cristo.

Foi um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras, criou a Cadeira n.° 13, que tem como patrono Francisco Otaviano
Cenas de viagem: Exploração entre os rios Taquary e Aquidauana no distrito: de Miranda: memoria descritiva, 1868
    A Campanha da Cordilheira
    La Retraite de Laguna, 1871 (em francês, traduzido como "A retirada da Laguna", 1874, por Salvador de Mendonça)
    Inocência, romance, 1872 (em português, traduzido em diversas línguas)
    Lágrimas do Coração. Manuscrito de uma Mulher, romance, 1873
    Histórias brasileiras, 1874
    Ouro sobre Azul, romance, 1875
    Narrativas Militares, 1878
    Estudos críticos, 2 vols., 1881 e 1883
    Amélia Smith, drama, 1886
    No Declínio, romance, 1889
    Ao Entardecer, 1901
    O Encilhamento: cenas contemporâneas da Bolsa do Rio de Janeiro em 1890, 1891 e 1892, romance, 1ª edição 1893
    Reminiscências, memórias, 1908 (póstumo)

Inocência

Capa da Primeira Edição de Inocência (1872)

Romance de maior expressão da carreira do autor, a obra Inocência cativa o leitor logo nos primeiros capítulos. A narrativa possui suas dualidades. Por um lado é suave, proporciona uma sensação curiosa. Uma ponta de curiosidade que se instala na cabeça do leitor que estará sempre indagando qual será o final daquela situação em que os protagonistas se encontram. Por outro lado, o começo da obra é composto por um capítulo no qual o autor descreve o espaço onde a narrativa será encontrada. Em tal, encontra-se certa oposição à suavidade tão presente na história de Inocência e Cirino. Os vocábulos encontrados nesse trecho são típicos da região de Santana do Paranaíba. 

Personagens
    Inocência - Inocência é uma jovem moça com seus 18 anos recém completados. É retratada como bela moça de traços delicados, olhar sereno e encantadora ingenuidade. Indefesa, fora criada pelo pai no sertão, uma vez que sua mãe morrera quando ainda pequena.
    Cirino Ferreira dos Santos – Cirino é um farmacêutico que, após alguns tempo de experiência, começou a se intitular doutor. Possui presença agradável, é inteligente e decidido.
    Manecão Doca – Noite de Inocência. Sertanejo rude, mas decente. Acumulara fortuna com seu trabalho.
    Martinho dos Santos Pereira – Pai de Inocência. Nascido em Minas gerais, Pereira é descrito como um homem honesto e trabalhador. Ao passo que é muito hospitaleiro, é também muito desconfiado e conservador. Tais características podem ser atribuídas aos costumes do século XIX
    Tico – Tico é um anão mudo que, às vezes, aparecia na fazenda de Pereira. Amigo e protetor de Inocência, gostava muito da moça e passava dias ao lado dela.
    Maria Conga – Maria Conga é a escrava da casa de Pereira. A negra cuidava de Inocência e dos afazeres domésticos.
    Guilherme Tembel Meyer – Naturalista e alemão, Meyer é um homem comunicativo que adora a natureza e viaja muito. Jovem, é o estereótipo europeu: cabelos e olhos claros.
    José Pinho (Juque) - Juque é ajudante, acompanhante e amigo de Meyer
    Antônio Cesário - Padrinho de Inocência, Cesário é um homem simples e honesto que vive em uma fazenda nas Minas Gerais 

Resumo
Cirino Ferreira dos Santos é um farmacêutico que viajava pelo sertão do Império apresentando-se às pessoas como médico. Dispunha de alguns anos de experiência na área da medicina, não possuía, todavia, certificado daquela profissão. Ainda assim, Cirino trabalhava naquele ramo com amor. Dedicado, ajudava os enfermos por onde passava.

Certo dia, quando seguia viagem por uma estrada próximo à região de Santana do Paranaíba, Cirino encontra em seu caminho Martinho dos Santos Pereira. Conhecido apenas pelo último nome na localidade, Pereira era um homem do sertão, nascido em Minas Gerais e criado nos costumes conservadores do século XIX. Embora possua comportamento autoritário, Pereira é muito hospitaleiro e, na narrativa, sempre enfatiza que em sua casa sempre haverá lugar para uma pessoa que precise seja de abrigo, seja de alimento. Na fazenda em que mora, vive também sua amada e única filha, Inocência.

No momento em que Pereira encontra Cirino, os dois passam a conversar enquanto seguem pela mesma estrada. Nesse ínterim, o sertanejo descobre que o rapaz que acabara de conhecer é médico. Em um átimo vem à sua mente Inocência, que há dias está doente. Sabendo que o doutor ali pode curar sua filha, Pereira convida Cirino à sua casa. O rapaz, a partir daí, passa a ser um hóspede na fazenda de Pereira.
Algumas horas após sua chegada a fazenda, Pereira leva Cirino até Inocência para que o rapaz possa ministrar o remédio à menina. Quando Inocência é vista pela primeira vez, fala-se que está magra e sem cor por decorrência da doença. Entretanto, a enfermidade não impede que Cirino veja o quão bela é a jovem.
Inocência que, na narrativa, tem seus 18 anos fora criada pelo pai na fazenda. Sua mãe, de quem nem ao menos se lembra, morrera quando a menina ainda era muito nova. É noiva de Manecão Doca, com quem seu pai arranjou casamento. Inocência possui "encantadora ingenuidade, realçada pela meiguice do olhar sereno". A pele alva combinada com o nariz fino, a boca pequena e os longos cabelos negros contrastam na mocinha perfeitamente com a personalidade humilde, meiga, carinhosa e apaixonada.

A partir daí, Cirino passa a se apaixonar pela delicada sertaneja chamada Inocência.
É apresentado ainda, Tico, um menino anão que é mudo e vive também na região de Santana do Paranaíba. Costuma às vezes deixar a casa de sua mãe e seguir até a fazenda de Pereira onde passa o tempo todo grudado em Inocência. É amigo e protetor da menina, dessa forma, faz tudo para agradar a moça.
Pouco tempo após a chegada de Cirino à fazenda, outros viajantes chegam ao local. É no meio da madrugada que Meyer, um naturalista alemão que procura no Brasil novas espécies de insetos, e seu ajudante e acompanhante, Juque, conhecem Pereira. O homem prestativo e hospitaleiro abre sua casa aos desconhecidos, abrigando-os pela noite. Logo Pereira descobre que seu irmão, Chiquinho, com quem há muito não possuía contato, enviara-lhe uma carta por Meyer que coincidentemente encontrara o destinatário. Na carta Chiquinho recomenda fielmente Meyer, afirmando ser um homem honesto em quem Pereira poderia confiar. Assim, este convida aquele para ser também seu hóspede pelo tempo que lhe achar conveniente. Quando Meyer conhece Inocência e não para de falar pelos cantos sobre a beleza da jovem, Pereira passa a ficar desconfiado do rapaz, chegando a pedir a Tico que vigie sempre o alemão.
À medida que as desconfianças de Pereira concentram-se em Meyer, Cirino ganha cada vez mais a confiança de Pereira. O doutor, que há semanas não via Inocência uma vez que a moça já estava curada, passa a ter mais liberdade para explorar a propriedade e ter contato com a jovem de seus sonhos.
Em certa noite, Cirino caminhava pelos laranjais, e ao passar perto do quarto de Inocência vê que ela estava ali, acordada também. Ao aproximar-se dela, os dois passam a trocar algumas palavras e Cirino acaba por declarar seu amor à moça. "Você que é uma mulher como nunca vi! Seus olhos me queimaram, sinto fogo dentro de mim... já não vivo. Só quero vê-la, amá-la". Inocência então confessa que se sente da mesma forma em relação a ele. Ambos estão perdida e irremediavelmente apaixonados.

Pereira passa a estar cada dia mais desconfiado de Meyer. Este, durante suas explorações nas terras próximas ao local em que estava hospedado, encontrou uma nova espécie de borboleta. A esta deu o nome de Papilio Innocentia em homenagem a tão bela filha de Pereira. Logo após a sua descoberta, Meyer decide voltar para a estrada na intenção de encontrar mais espécies novas e levá-las à Sociedade Geral Entomológica.

Durante esse tempo que seu pai estava preocupado em mantê-la longe de Meyer, Inocência encontrava-se às escondidas com Cirino, mais uma vez, no laranjal. O casal apaixonado tentava encontrar formas de ficarem juntos, de saírem daquela vida camuflada, de serem feliz para sempre juntos. Infelizmente o noivo e o pai de Inocência impediam tal evento.

Cirino chamara Inocência para que juntos fugissem em meio à madrugada. A moça, sendo boa e fiel ao pai amado, não aceita. Lembra-se então da única pessoa em quem ela acredita poder dissuadir os pensamentos de Pereira, de fazer com que ele esqueça seu casamento arranjado com Manecão e deixá-la ser feliz com seu verdadeiro amor. Essa pessoa é seu padrinho, Antônio Cesário.  Ela conta a Cirino que ele mora em Minas Gerais, não tão distante da fazendo de seu pai. Cirino, apaixonado e desesperado, decide partir em viagem para ainda tentar salvar a vida de sua amada e a sua de uma morte iminente.

Na manhã seguinte Cirino parte para o local indicado por Inocência para encontrar o padrinho da menina. E então, inexplicavelmente, Manecão, noivo de Inocência que só havia sido citado por toda a obra, aparece para se casar com a menina. Quando vê o noivo, Inocência passa a agir anormalmente. Pereira, então, começa a desconfiar de algo. Quando questiona a menina sobre o porquê de ela não querer se aproximar daquele homem que será seu marido, ela começa a implora ao pai que não a case, afirma veementemente que não quer se casar com Manecão. Pereira, furioso, deixa o quarto da filha, não sem antes lembrá-la que a vontade dele será feita, e ela será uma mulher casada em poucas semanas.

Cirino, por sua vez, não está tendo mais sorte que a flor do sertão. Hospeda-se na casa de Cesário, e passa, aos poucos, a conquistar a confiança do homem. Uma dia diz a ele que gostaria de tratar de um assunto sério. Quando eles se encontram mais tarde para isso, Cirino revela que conhece Inocência, e que é perdidamente apaixonado por ela. Ele pede insistentemente que Cesário o ajude a persuadir Pereira. Inicialmente o homem fica chocado, mas as justificativas de Cirino faz com que fique balanceado. No fim, fica acordado que Cirino voltará ao sertão do Paranaíba e esperará por Cesário lá até que ele decida se ajudará Cirino e Inocência ou não.
De volta à fazenda de Pereira, este, revoltado com as atitudes de sua filha, esbraveja que aquele comportamento era decorrente de Meyer. Ele afirma que as atitudes do rapaz modificaram os pensamentos de sua menina. Tico, que estava ouvindo a conversa quando passava pelo quintal, tenta explicar, à sua maneira, que, na verdade, o culpado era Cirino, o rapaz em quem Pereira confiou. Isso porque Tico, sorrateiro, havia descoberto sobre o romance de Inocência com aquele que se chamava médico.
Pereira fica enfurecido ao descobrir que deu sua confiança àquele que, em seu pensamento, menos a mereceu. Manecão, também enraivecido, decide agir pela honra de seu nome e matar Cirino. Deixa, rapidamente a propriedade de Pereira e parte a caça de amante de sua noiva.

Cirino passou dias no povoado de Santana de Paranaíba esperando por Cesário e se esquivando de Manecão. O fato era que o rapaz estava começando a se desesperar, à medida que o prazo de acordo com o padrinho de Inocência se esgotava. No último dia deste, Cirino deixou o povoado e seguiu pelo rio Paranaíba abaixo. Já havia decidido: se Cesário não aparecesse, matar-se-ia.
Distraído pela preocupação, Cirino não percebeu que Manecão se aproximava. Este, sedento por vingança, atirou logo contra Cirino, que caiu agonizante no chão.
A alguns metros vinha um homem na estrada. Era ele Antônio Cesário. Quando percebeu que aquele ferido na estrada era Cirino, o sertanejo tentou ajudá-lo de alguma forma. Entretanto, não havia mais nada a ser feito. Como últimos pedidos, o doutor pediu a Cesário que honrasse algumas de suas dívidas, que rezasse por ele e que dissesse à Inocência que ele a amava. E foi assim que morreu, com um último suspiro saindo de seus lábios. Era esse o nome de sua amada.
Inocência não tardou a entregar seu corpo terra. Morreu de desgosto algum tempo após a morte daquele que amou.

Recepção Crítica

Geral
Para compreender o espaço que Taunay tem no campo literário, foram encontradas críticas favoráveis ou não às suas produções e a ele em específico. Em uma época na qual o esforço de imaginação era visto como algo negativo, pois indicava que o escritor não presenciou o que escreve e, de seu gabinete, descreve uma realidade que não conhece verdadeiramente, Taunay era louvado por escrever com estilo natural, já que suas narrativas baseavam-se em suas experiências no exército e em suas viagens pelo território do país.
O que José Veríssimo, importante crítico literário do fim do século XIX e início do século XX, ressalta, no entanto, é que tal propriedade narrativa não se repetiria na obra do autor, que apesar de vasta e considerável, não é comparável a obra prima que foi Inocência.

“O visconde de Taunay (Sylvio Dinarte) é uma das grandes figuras do Brazil. Vindo de uma familia nobre francesa, elle recebeu uma educação esthetica brilhante. Depois de ter servido como official na guerra do Paraguay, na qual elle se distinguiu por sua coragem, elle escreveu, em francez, A retirada da Laguna, episodio vibrante de bravura, no qual um punhado de heróes se bate com inimigos dez vezes superiores em numero, enquanto a peste os dizima. É um relato epico que conjuga a beleza do estylo com uma boa composição. Seus romances e novelas, e entre elles Innocencia, foram traduzidos para varias lingoas. Innocencia é um idylio campestre suave, ingenuo, pitoresco, charmoso. A mocidade de Trajano, Ouro sobre azul, Lagrimas do coração são novelas graciosas. Ceos e terras do Brazil (Sites et Terres), um dos livros mais modernos de Sylvio Dinarte, é admiravel pela eloquencia do pensamento e pela sedução da fórma, que se apropria das descripções das scenas magestosas da flora nacional e americana. Esta ultima obra rendeu a seu author os elogios os mais lisonjeiros.” (Retirado do Periódico “La Revue des Revues”, publicado em 1897)

Taunay era reconhecido e elogiado não só no Brasil. Somam-se à essas críticas, diversos comentários feitos junto ao anúncio de algumas de suas obras (na grande maioria Inocência) nos jornais brasileiros, franceses e ingleses, além de catálogos de algumas livrarias nacionais.

Com isso, percebe-se que Taunay circulava bastante, inclusive em folhetins a partir de seus livros, e era bem acolhido pela crítica do século XIX.

A crítica literária moderna, presentada aqui pelos autores Massaud Moisés, Alfredo Bosi, Antônio Amora e Antônio Cândido, elogia como no século XIX:

“Nada há que supere Inocência em simplicidade e bom gosto” (BOSI, 1994, p. 145)
“A popularidade do livro talvez se deva à autenticidade do caráter sentimental e sensível da heroína, pivô de um tocante drama amoroso em maio à uma natureza luxuriante descrita com vida e certa objetividade.” (MOISÉS, 2001; p. 413)

Estudes crescentes sobre Taunay concentram-se nas universidades paulistas UNICAMP e UNESP, assim como trabalhos podem ser encontrados nos estados do Centro-Oeste brasileiro, Minas Gerais e Rio Grande do Norte.
A doutora em Teoria Literária pela UNICAMP e professora da Faculdade de Ciências e Letras da UNESP de Assis, Maria Lídia Lichtscheidl Maretti, resgata em seu livro um pouco da história de Taunay, usando como definição algo que Verríssimo diz do autor: Taunay era um polígrafo. 

Inocência
A obra-prima de Taunay reunia tudo que se apreciava no século XIX: bom enredo, verossimilhança, uma dose de moral e descrição através de real observação. Tais valores eram reconhecidos dentro e fora do Brasil, tanto que, segundo várias fontes da época, Inocência foi o romance brasileiro mais vezes traduzido, perdendo, em literatura da língua portuguesa, apenas para Os Lusíadas, de Camões.
Inocência foi traduzida nos seguintes idiomas:
    Inglês: 1889
    Italiano: 1893
    Dinamarquês: 1894
    Francês: 1896
    Sueco: 1896
    Japonês: 1897
    Alemão: 1901
    Espanhol: 1906
    Flamengo: 1912
    Crota: 1925
    Polonês: -

O sucesso de Inocência foi logo reconhecido, tanto que, em vida, seu autor viu serem produzidas quatro edições do romance em pouco mais de vinte e cinco anos. 

Referências
Daliane Nogueira (16 de maio de 2010). «Passeio Público, o mais valorizado – Gazeta do Povo». Consultado em 17 de maio de 2010
Wikipédia, a enciclopédia livre
ANDRADE, 1997, p16.
HOERNER, 2002, p155.
SGANZERLA, 1996, p69.
HOERNER, 2002, p156.
Brasil Viagem Curitiba - acessado em 17 de maio de 2010
Infografia Gazeta do Povo (16 de maio de 2010). «Saiba mais – Veja mais informações sobre o Passeio Público – Gazeta do Povo». Consultado em 16 de maio de 20109 Verifique data em: |acessodata= (ajuda)
Curitiba de musas e símbolos Portal GRPCOM (Gazeta do Povo) – acessado em 3 de abril de 2011
Cidades / Notícias - Parque do Passeio Público ganha réplica de balão Site parana-online: Curitiba - acessado em 29 de junho de 2010
Vida e Cidadania - História - Balão Granada pousou em cima da Catedral Jornal Gazeto do Povo: Curitiba - acessado em 29 de junho de 2010
MAZZA, Luiz Geraldo. Bicho, ficcção e fricção. Revista Ideias, fev. 2014, p. 27
Luiz Geraldo. O búfalo da madrugada Revista Ideias, jun. 2011
O pedalinho do Raulzito Jornal Gazeta do Povo abril de 2013
Curitiba decreta luto pela morte de Gerdt Hatschbach, fundador do Museu Botânico Portal de Notícias Bem Paraná - 16 de abril de 2013
PATRIMÔNIO CULTURAL. Portão do Passeio Público. Disponível em <http://www.patrimoniocultural.pr.gov.br/>.
"O Verde na Metrópole: a evolução das praças e jardins em Curitiba 1885-1916", de Aparecida Vaz da Silva Bahls. Dissertação apresentada para o Mestrado em História da UFPR, em 1998. Disponível aqui para consulta.
Os jornais pesquisados foram: Correio de Notícia, Diário do Paraná, Diário Popular, Folha de Londrina, Gazeta do Povo, Hora H, Indústria e Comércio, Jornal do Estado e O Estado do Paraná.
Os jornais pesquisados foram: Correio de Notícia, Diário do Paraná, Diário Popular, Folha de Londrina, Gazeta do Povo, Hora H, Indústria e Comércio, Jornal do Estado e O Estado do Paraná.
A origem do Passeio Público (127 anos de história), Gazeta do Povo, por João Cândido Martins

Bibliografia
    LIMA, Dinarte G. de. Guia Turístico de Curitiba e do Paraná de 1987. Curitiba; Ed. Mapas e Guias, 1987. 168p
    ANDRADE, Luis Carlos R. de. Conheça Curitiba. Curitiba, ed. Estética, 1997. 116p
    SGANZERLA, Eduardo, RODRIGUES, Júlio C. Curitiba. Curitiba: P.M.C., 1996. 310p
    HOERNER Jr, Valério. Ruas e Histórias de Curitiba, 2° edição. Curitiba: Artes & Textos, 2002. 183p
    FENIANOS, Eduardo Emílio. Centro, Aqui Nasceu Kúr`ýt`ýba: Coleção Bairros de Curitiba, vol.4. Curitiba: Ed. UniverCidade, 1996. 100p

Taunay
 Referências
Site da Academia Brasileira de Música - Patronos - Alfredo d'Escragnolle Taunay Acessado em 26 de março de 2016
Constantino, Núncia Santoro de. Relatos de viagem como fontes à história. EDIPUCRS, 2012, p. 111
"A Corte no Brasil: Vida artística urbana: Escola Real de Ciências, Artes e Ofícios". In: Arquivo Nacional. O Arquivo Nacional e a História Luso-Brasileira.
Claudius Gomes de Aragão Viana. Realengo e a Escola Militar: um estudo sobre memória e patrimônio urbano. Revista Mosaico. Editorial: Edição nº 2, ano I. PPHPBC/Cpdoc/FGV, Rio de Janeiro/RJ. (acesso em 24/06/2013)
Rede da Memória Virtual Brasileira. Biografia sobre "André Rebouças (1838-1898)". Sítio da Biblioteca Nacional. (acesso em 24/06/2013)
ANDRADE, Luis Carlos R. de. Conheça Curitiba. Curitiba, ed. Estética, 1997. 116p
    Inocência: Análise do livro de Visconde de Taunay, por Oscar D'Ambrosio

Externas
    Perfil no sítio oficial da Academia Brasileira de Letras (em português)
    Biografia detalhada
    Relatório com que ao exmo. sr. dr. Hermínio Francisco do Espírito Santo, 1º vice-presidente, passou a administração da província de Santa Catarina o dr. Alfredo d'Escragnolle Taunay em 2 de janeiro de 1877
    Exposição com que s. ex. o sr. dr. Alfredo d'Escragnolle Taunay passou a administração da província do Paraná ao exmo. sr. dr. Joaquim de Almeida Faria Sobrinho, 1º vice-presidente, a 3 de maio de 1886
    Obras do Visconde de Taunay na Biblioteca Digital Curt Nimuendaju
    Inocência e Recepção Crítica são retirados do trabalho de graduação de estudantes da UNICAMP
    BOSI, Alfredo. História Consisa da Literatura Brasileira. São Paulo: Cultrix, 1994, p.144-145
    MARETTI, Maria Lídia Lichtscheidtl. O Visconde de Taunay e os fios da memória. São Paulo: EdUNESP, 2006
    MOISÉS, Massaud. Pequeno Dicionário de Literatura Brasileira. São Paulo: Cultrix, 2001, p. 413 - 414

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